Blasfêmia

Derivado das palavras gregas “blabe” (defeito)
e “femi” (falar). Violação do terceiro mandamento
que Deus entregou a Moisés no Sinai. Segundo
o judaísmo, a blasfêmia ou jilul Hashem
inclui o insulto, o emprego em vão e a profanação
do nome de Deus. No Antigo Testamento, era
castigada com a morte (Lv 24,10-16).
Nos evangelhos, considera-se que classificar
de demoníacos os *milagres de Jesus equivale a
blasfemar contra o *Espírito Santo — uma afirmação
indireta da divindade do Espírito Santo —
e implica numa situação de afastamento espiritual
que impede a salvação da pessoa (Mt 12,22-32;
Mc 3,22-30). O fato de Jesus arrogar-se poderes
que cabem somente a Deus, como perdoar pecados,
era considerado blasfêmia por seus contemporâneos
(Mt 9,3; 26,64-66); igualmente quando
“afirmava que Deus era seu Pai, fazendo-se assim
igual a Deus” (Jo 5,18). A acusação de blasfêmia
teve, sem dúvida, uma importância determinante
na investigação do *Sinédrio, que culminou com
a entrega de Jesus a *Pilatos e sua crucifixão (Mt
26,57-75; Mc 14,53-72; Lc 22,54-71).